segunda-feira, 30 de maio de 2016

Divas que Viajam entrevista: Felipe Eduardo


Pela vida a gente vai conhecendo um tanto de gente e algumas dessas pessoas acabam se tornando inspirações pela forma como levam a vida e transmitem sua paixão por determinado assunto. E quando eu tenho a oportunidade, gosto de fazer perguntas, entrevistas, para aprender ao máximo sobre o que quer que seja! Faço isso desde criança, e agora que tenho meu espaço posso dividir isso com vocês.

No curso técnico em Guia de Turismo conheci o Felipe, formado em biologia, amante da natureza e futuro guia de turismo. Pratica atividades ao ar livre como trilhas, camping, montanhismo, travessias a muito tempo. Curte a prática de buschcraft e fã dos programas de sobrevivência da Discovery como os do Bear Grylls, Les Stroud e Ed Stafford.



Além disso tudo, ele tem uma memória e desenvoltura fantástica nas aulas de campo, e quando se trata de atrativos naturais ele fala com tanta paixão, que os olhos brilham e mesmo os mais sedentários tem vontade de "viver um dia bem vivido"!

Como o interesse por atrativos naturais tem crescido vertiginosamente muita gente quer começar mas não sabe por onde, ou apensa tem curiosidade sobre essa prática, aqui vai a entrevista com o Felipe pra nos dar uma luz!

Como você começou a se interessar por trilhas?

Comecei a me interessar por atividades outdoor em geral por volta de 15 anos. Fazendo trilhas simples. Mais tarde por volta dos 20 conheci um grupo de amigos (do vôlei de praia) que curtia trilhas. E na faculdade tb. Aí depois conheci mais um grupo (a qual faço parte desde o começo quase) que fazem trilhas com mais frequência. Este último grupo estou até hoje com eles.  A minha zona de conforto é estar em contato com a natureza.

Quantas trilhas vc já fez?

Várias! Não tenho como contar quantas foram feitas =D

Quais foram as trilhas mais marcantes para você

A mais marcante foi a clássica travessia Petrópolis x Teresópolis. A vista lá de cima é muito bonita, assistir o Sol nascendo e se pondo é um espetáculo da natureza onde as fotos não representam 1% do que é estar lá: ao vivo. E é uma travessia que exige um preparo físico muito bom, disposição, tem que estar acostumado a fazer trilhas (geralmente é feita em 3 dias, porém tem a opção de montar o pacote quando for comprar o ingresso) e alguns equipamentos para não passar os perrengues.

Muitas vezes a gente ouve falar em trilhas e travessias, qual a diferença entre elas?

As travessias ligam um ponto ao outro sem repetir trechos. Mas não deixa de ser trilha. Existem por exemplo, travessias curtas aqui no município Rio.

Hoje em dia vemos muitos eventos e divulgação de trilhas antes "secretas" nas redes sociais. Na sua opinião, quais os pontos positivos e negativos desse aumento do número de visitantes nas trilhas?

A negativa seria a degradação ambiental, ou seja, o impacto que vai estar sendo causado e também a perturbação dos animais que ali vivem e fora os lixos que são deixados pelo caminho. A positiva é o interesse que vem surgindo em querer conhecer esses lugares de beleza natural ainda mais com o aumento da divulgação sobre a importância do meio ambiente para o homem.

Quais seriam as possíveis soluções para esse impacto?

Uma alternativa (para não deixar de desfrutar o local) é limitar o número de visitantes ou então os próprios organizadores fazerem essa limitação de seus grupos.

Podemos nos considerar pessoas de sorte por estar numa grande metrópole e termos várias trilhas disponíveis. Quais são as trilhas da cidade que você recomenda para quem está começando?

Sim. No Rio tem várias opções de trilhas com diferentes níveis de dificuldade. As mais fáceis pra quem está começando são: Pão de açúcar na Urca pela pista Claudio Coutinho e a trilha da Pedra Bonita em São Conrado ambas com menos de 1 hora de subida.


Quais itens são indispensáveis ao fazer uma trilha e quais os principais cuidados a se tomar?

Tênis confortáveis, roupas leves, óculos, boné (ou qualquer outra proteção pra cabeça), filtro solar, repelente, água e lanche (como barra de cereal e/ou frutas que tenham bastante água que além das vitaminas, ajudam a aliviar a sede).

Muitas pessoas consideram trilhas como algo perigoso, quais os perigos podemos encontrar numa trilha e como lidar com eles sem surtar?

Perigoso é andar pelo centro do Rio de Janeiro =p. Geralmente numa trilha com pouco movimento, a chance de encontrar um animal selvagem é maior. É sempre bom também prestar atenção nas plantas, pois algumas possuem espinhos (podendo causar irritação na pele) e também no terreno para não tropeçar.

Falando em perigo, a maioria do nossos leitores são mulheres, você considera que seja mais perigoso para mulheres fazerem trilhas sozinhas?

Não é aconselhável fazer trilhas sozinho tanto para mulheres quanto para homens. Mas nada impede (no caso das mulheres) de fazer trilhas sozinhas. Estando bem preparada e conhecendo o ambiente em que vai estar. Recomendo a leitura do livro Livre (Wild) ou assistir o filme de mesmo nome com a atriz Reese Witherspoon.

Você também curte acampar, como uma pessoa que nunca acampou pode ser preparar para acampar?

A boa é procurar um camping que tenha uma certa infra estrutura. Muitos campings oferecem copa, banheiro, chuveiro, segurança, estacionamento, luz elétrica e até wi-fi! Além de terem alguma proteção contra ventos e chuvas. No site http://macamp.com.br/ tem boas dicas de campings. Pegar dicas com campistas mais experientes é sempre muito bom, afinal de contas, cada camping você aprende mais e mais!

Quais foram as situações mais marcantes pra você em trilhas, travessia, ou acampando? 

Poderia dizer a mais tensa. Foi durante a travessia Petrópolis x Teresópolis. Na noite do 1º dia no camping, o tempo começou a virar bem rápido e era num local desabrigado. Começou a chover bastante e a ventar também (deve ter durado 30 min). Mas teve uns 10 minutos que foram bem tensos. Realmente cheguei a pensar que a chuva e o vento fossem acabar com a minha barraca, mas, no final, ela resistiu. A barraca do amigo meu ficou toda alagada e isso porque eu pensei em pedir abrigo na barraca dele caso desse algum problema com a minha rsrs. Por ser uma travessia de montanha com mais de 2.000 metros, é aconselhável fazer no inverno porque o tempo é mais estável. E mesmo eu tendo feito no inverno, a probabilidade do tempo mudar como aconteceu nesse dia que fui é menor.


Qual a importância do guia de turismo nos atrativos naturais?

O guia de turismo conhece a trilha, sabe dos trechos mais técnicos sabe do que vai precisar levar, conversando com o cliente vai saber se ele consegue fazer determinada trilha além de que se acontecer algum acidente e não tiver um guia no grupo, a responsabilidade é de quem marcou de fazer a trilha.

Deixe uma mensagem para os nossos leitores:

Pratique atividades outdoor (ao ar livre)! Vai fazer bem para o corpo e para mente. Muitas pessoas moram nos centros urbanos, estudam nele, trabalham, saem para se divertir no mesmo.... Quebre essa rotina. A natureza não precisa da gente, nós é que precisamos dela. Se você não sabe por onde começar, a dica é procurar trilhas mais fáceis, vai ganhando experiência e aproveita para curtir o lugar, relaxar e se divertir. Tem muitas trilhas com cachoeiras e outras com grandes vistas para uma bela fotografia. No final, tenho certeza que você terá um dia bem vivido.


 Deixe a rotina, o sofá e a TV de lado. Suas melhores lembranças virão dos momentos em que você é o protagonista e não o espectador


Travessia Cobiçado x Ventania - RJ

Itacoatiara - RJ 

Travessia Petrópolis x Teresópolis

Lumiar - RJ

 Pedra da Gávea - RJ

Vai um rango aí?!



7 comentários:

  1. Adorei a entrevista! Dá vontade de fazer uma trilha amanhã mesmo!

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  2. Adorei a entrevista! Dá vontade de fazer trilha amanhã mesmo! Parabéns!

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  3. Parabéns pela entrevista! Deixa vontade de sair do sofá mesmo!

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  4. Parabéns pela entrevista! Deixa vontade de sair do sofá mesmo!

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  5. Lembro bem daquela chuva da Travessia, Felipe, o difícil foi dormir com a barraca cheia de água numa temperatura próxima de zero, mas foi maravilhoso. Temos que repetir.

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  6. Lembro bem daquela chuva da Travessia, Felipe, o difícil foi dormir com a barraca cheia de água numa temperatura próxima de zero, mas foi maravilhoso. Temos que repetir.

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